PP aprova cartilha elaborada por Tereza para frear novas adesões ao governo Lula

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Durante reunião da executiva nacional do PP realizada nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, com lideranças e membros do partido, foi aprovada uma agenda central que traz cláusulas pétreas que deverão ser adotadas por todos os parlamentares da sigla. Dessa forma, a legenda visa frear que outros integrantes sigam
os mesmos passos do novo ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA).

O Correio do Estado já tinha adiantado com exclusividade no dia 16 que coube à senadora Tereza Cristina (PP), líder do partido no Senado, a elaboração dessa cartilha com um conjunto de regras “inegociáveis”, devendo ser seguidas por todos os filiados à legenda.

Em visita ao jornal, a parlamentar sul-mato-grossense informou que a criação do manual foi uma determinação do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, para deixar bem claro que a sigla jamais fará parte da base aliada do governo Lula.

“A imprensa pergunta por que estamos fazendo isso agora. Só que não é de agora. O presidente Ciro, desde lá atrás, em fevereiro, vem conversando comigo, e nós amadurecemos essa ideia. Então, não é de agora. A gente sentia nos estados, nos nossos deputados federais e nos nossos senadores essa vontade de ter uma reafirmação do que é o nosso partido, ter diretrizes para a nossa legenda, em prol do bem da política no nosso país. Então, eu acho que o PP está de parabéns”, declarou a parlamentar.

No documento, obtido em primeira mão pelo Correio do Estado, a sigla defende pautas conservadoras como a proteção às propriedades, o combate às invasões, a criminalização do aborto e a valorização da família como “pilar central na formação de indivíduos e na construção de comunidades coesas”.

Além disso, traz posicionamento contra a descriminalização das drogas, defendendo a prevenção e a educação como pilares para um país livre desse flagelo; pela construção de um Brasil livre da corrupção, contra o aumento de impostos e retrocessos do governo Lula, como a possibilidade de reversão da reforma trabalhista pelo ministro Luiz Marinho; e ainda outros pontos que vão de encontro com as agendas defendidas pelo governo federal e pela base aliada no Congresso.

REPERCUSSÃO

Tereza Cristina complementou que a agenda central é mais do que um mero conjunto de propostas políticas.
“Ela é uma declaração de nossos valores essenciais e um compromisso com um Brasil melhor para todos. Convido todos a ler, a refletir e a participar ativamente na construção do Brasil que todos nós desejamos. Juntos faremos a diferença”, declarou.

A parlamentar reforçou que, obviamente, alguns integrantes da base aliada de Lula no Congresso falarão que o PP tem uma pasta ministerial e que, por isso, teria de seguir a orientação do PT.

“Nesses casos, o partido responderá que o cargo não foi uma negociação da legenda. Portanto, não há nenhum compromisso de caminhar junto ao governo federal”, adiantou.
A líder do PP no Senado ressaltou ainda que os congressistas que não seguirem as regras contidas na cartilha sofrerão sanções.

“Vai ter sanções para quem não acompanhar. Eu fiquei encarregada de pegar todas as sugestões que foram dadas e, na próxima terça-feira [dia 26], vamos discutir o que fica e o que não fica. Depois será colocada em votação. Caso seja aprovada pelos membros do PP, aí acabou. Daí para frente, quem não seguir, não teremos nem discussão, o parlamentar será suspenso ou até expulso”, alertou.

Pelas redes sociais, o presidente nacional do PP afirmou que as cláusulas são “princípios essenciais” que devem ser seguidos por todos do partido e que servem para dizer que “água e óleo não se misturam”, uma referência indireta à entrada do partido no governo.

“Em nossas convicções centrais, fecharemos a questão. Seremos uma só voz”, disse o senador Ciro Nogueira.

Fonte: Correio do Estado

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